Sensação prazer ao fumar pode determinar dependência futura em nicotina, diz pesquisa


RIO - Por que alguns adolescentes que experimentam cigarro se tornam adultos dependentes e outros não? Segundo estudo de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Massaschussetts (EUA), a resposta está na forma como o cérebro reage à primeira tragada.


- Nós sabemos que a nicotina pode ter um impacto direto no cérebro, no entanto, também sabemos que nem todo adolescente que experimenta cigarro se vicia - disse ao site da universidade americana o chefe das pesquisas, doutor Joseph R. DiFranza, professor de medicina da família e saúde comunitária da instituição.


- Aparentemente, a dependência é mais uma questão fisiológica do que de personalidade - acrescentou o especialista, que baseou sua pesquisa em cerca de 12.000 entrevistas com 1.246 alunos da sexta série de escolas públicas da região de Massaschussets.


Durante quatro anos, os cientistas da equipe de DiFranza avaliaram 46 fatores de risco para o tabagismo, tais como personalidade, comportamento, convivência com fumantes, crenças sobre o fumo, e a sensação provocada pelo primeiro cigarro. Quando todos os fatores foram considerados juntos, sentir prazer ao fumar pela primeira vez se revelou o indício mais forte de dependência futura.


- Estas descobertas sustentam nossa crença de que a dependência é despertada por mudanças na química cerebral logo na primeira dose de nicotina - explicou DiFranza.


Segundo dados do Instituto Nacional de Saúde americano, o fumo é a principal causa de mortes evitáveis nos Estados Unidos, e causa 440.000 mortes ao ano.


O estudo é publicado na edição desta segunda-feira da revista americana 'Pediatrics'.

O Globo online, em 01/10/07