Adin questiona lei sobre fabricantes
de cigarro
De Brasília O Supremo Tribunal Federal (STF) terá de examinar o princípio que fundamentou o encerramento das atividades da fabricante de cigarros American Virginia no início deste ano. O Partido Trabalhista Cristão (PTC) propôs nesta semana uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei nº 9.822, de 1999, que autorizou a Receita Federal a cassar o registro de fábricas de cigarros que deixarem de recolher tributos. No fim de junho, o Supremo negou o pedido de liminar da American Virginia para reabrir suas fábricas. Além da Lei nº 9.822, o PTC questiona o Decreto nº 1.593, de 1977, que estabelece os quesitos para a obtenção do registro especial na Receita. De acordo com a ação, o decreto permite recurso administrativo, mas não garante efeito suspensivo - assim a empresa segue fechada, mesmo pendente o recurso. O partido alega que as regras ferem o direito de ampla defesa e impõem sanções políticas à empresa, desproporcionais ao fim almejado, que é o recolhimento de tributos. "O poder de tributar não pode ir a ponto de suprimir ou inviabilizar direitos fundamentais dos contribuintes", diz o pedido. No caso da American Virginia, que teve julgamento encerrado no plenário do STF em junho, os ministros reverteram a jurisprudência tradicional da casa que impedia o fisco de impor sanções políticas às empresas. O entendimento redefinido foi de que o fechamento da empresa não era uma sanção política, pois a cobrança de IPI no caso específico dos cigarros não tem função arrecadatória, e sim regulatória. O ministro Cezar Peluso, que proferiu um dos principais votos na Fonte: Valor Econômico em 14-09-2007 |