Pesquisa |
09/03/2008 - 14h32 |
São Luís tem
quase 37% de fumantes
SÃO
LUÍS - Quase 37% dos ludovicenses fumam, pelo que
apurou a pesquisa Escutec/O Estado da semana
passada. O dado revela que São Luís pode ser uma
das capitais brasileiras com um dos mais elevados
índices de fumantes, 15 pontos percentuais a mais
do que registra Porto Alegre (RS), que é a campeã
dos viciados em cigarros entre as sete mais
desenvolvidas cidades brasileiras, segundo
levantamento encomendado pelo Ministério da Saúde,
publicando domingo passado pela revista
Veja.
A pesquisa da Escutec sobre a relação
da população de São Luís com o tabagismo foi
realizada entre terça e quinta-feira da semana
passada e ouviu 421 pessoas em diferentes pontos
de fluxo da capital. Dos fumantes da Ilha, os
homens são os campeões das baforadas (54,1%),
enquanto apenas 20,1% das mulheres se dizem
viciadas em cigarros.
A dependência
assumida em cigarros é maior entre os mais jovens
e chega a ser espantosa em meio aos que têm menor
escolaridade. Dos 16 aos 24 anos de idade, 45,5%
da população diz que fuma, e 73,2% dos que cursam
ou ainda estão cursando até a 4ª série do
fundamental fazem uso do tabaco.
Entre os
que fumam e os que não fumam, o ato de fumar
representa um vício para 39,4 dos entrevistados; é
falta de amor próprio para quase 27%; é falta de
controle para 14%; é um ato de desinteligência
para 7%; é elegante para mais de 4% e brega para
3,8%. Os outros 4,3% dos entrevistados não têm
idéia formada a respeito dos
tabagistas.
Daí por diante, a Escutec
passou a ouvir somente os fumantes. Destes, 58,1%
dizem que fumam por prazer e 36,8% se dizem
escravos do cigarro. É propósito de parar de fumar
de mais de 83% dos tabagistas ludovicenses,
chegando a 93,5% em meio aos que estão entre os 25
e 34 anos de idade, e 93,3% para os que estão nas
mais elevadas faixas de renda. As tentativas
frustradas de deixar o cigarro de lado são
confessadas por mais de 71% dos viciados
entrevistados. Os fracassos maiores se deram em
meio às pessoas dos 35 a 49 anos de idade (81,8%)
e entre os que estão na menor faixa de renda (de
dois a menos salários mínimos).
O
sentimento de discriminação por ser fumante atinge
pouco mais de 31% dos tabagistas ludovicenses,
enquanto quase 70% ainda se sentem pessoas
normais, apesar das campanhas cada vez mais
agressivas e das restrições de espaços físicos
para as baforadas.
Já sobre os efeitos do
consumo, 40% dos viciados admitem que já os
sentem, enquanto 60% ainda acham que estão acima
dos malefícios de todas as toxinas que o cigarro
lança nos pulmões e na corrente sanguínea do
usuário. O grupo que mais se queixa dos efeitos é
mais uma vez o dos 35 aos 49 anos de idade e os
que menos reclamam são os fumantes dos 25 aos 34
anos de idade. Destes, 77,4% dizem que se sentem
bem, independentemente da quantidade de cigarros
consumidos.
Nesse momento da avaliação, os
pesquisadores da Escutec se dedicam exatamente aos
não fumantes e descobrem que, ao contrário do que
pensam os viciados, o cigarro é sim fator de
discriminação das pessoas. Dos que não fumam,
26,3% já foram dependentes, sendo que dos que
migraram do mundo dos fumantes para o mundo dos
“limpos”, os que mais se sobressaem são os que
estão acima dos 50 anos de idade. São mais de 53%
os cinqüentões que se livraram do vício.
A
comprovação de que o fumante incomoda vem quando a
pesquisa pergunta qual é a atitude do não viciado
quando um usuário dos cigarros dá suas baforadas
em um ambiente fechado em que ele, que acaba sendo
fumante passivo, encontra-se: a grande maioria diz
que sai do ambiente, outros 17,7% dizem que emitem
sinais de irritação e até pedem que o fumante se
toque e somente 15,8% dizem que toleram. Os que
mais se irritam com o fumante insolente são os
adolescentes da 5ª ao 8ª série do fundamental
(77,1%).
Fechando a pesquisa, a Escutec
perguntou aos não fumantes se é possível um
relacionamento amoroso com um fumante. Mais de 66%
foram implacáveis: “de jeito nenhum” – disseram.
Mas há quem deixe a questão em aberto, como os
mais de 26% que disseram que quem manda é o
coração. Os não fumantes que já dividem a vida com
os viciados passam dos 10%.
O Estado do Maranhão
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