Londres, 1 jul (EFE).- A proibição de fumar em lugares
públicos fechados entrou em vigor neste domingo em toda a Inglaterra, última
região do Reino Unido onde ainda não era válida.
Na Escócia é proibido acender um cigarro nestes locais desde março
de 2006, e no País de Gales e na Irlanda do Norte, desde abril de 2007.
A
proibição afeta todos os tipos de estabelecimentos e locais de trabalho, assim
como estações ferroviárias, centros de lazer e veículos de empresas utilizados
por mais de uma pessoa.
Também não será permitida a reserva de salas para
fumantes nas firmas como as que existiam até agora.
Os proprietários dos
locais poderão ser multados em até £ 2.500 (€ 3.700) se permitirem que seus
clientes fumem.
As pessoas que, fumando, violarem a proibição sofrerão
sanções com multas de £ 50 (€ 74), que cairão para £ 30 se forem pagas nas duas
semanas seguintes.
O novo ministro da Saúde, Alan Johnson, afirmou que
hoje foi dado um grande passo na direção de "uma população mais
saudável".
"Um país livre de fumaça melhorará a saúde de milhares de
pessoas, reduzirá a tentação de fumar e encorajará os fumantes a deixar o
cigarro", disse o trabalhista.
O ministro acrescentou que em outubro o
Governo elevará de 16 para 18 a idade mínima legal para comprar cigarro, porque
o quanto antes as pessoas começarem a fumar, mais chances terão de desenvolver o
vício do cigarro.
Um dos maiores especialistas em efeitos do tabaco,
Richard Peto, professor de estatísticas médicas da Universidade de Oxford,
previu esta semana que a nova medida das autoridades permitirá salvar pelo menos
500 mil vidas por ano.
Para fazer o prognóstico, Peto se baseou na
experiência da República da Irlanda, que introduziu uma proibição similar em
2004.
Desde então, as vendas de cigarros caíram cerca de 17% neste país.
Se na Inglaterra a tendência for similar, aproximadamente 1,5 milhão de pessoas
poderão deixar o vício, afirma o especialista.
"Se um milhão de pessoas
deixassem de fumar, talvez meio milhão de mortes por ano poderiam ser evitadas",
afirmou Peto.
Segundo o especialista britânico, desde 1950 cerca de 7
milhões de pessoas morreram na Inglaterra por causa do tabaco e 100 milhões em
outros países.
Desde que as primeiras advertências sobre os efeitos
cancerígenos do tabaco foram lançadas, na década de 50, o número de fumantes no
Reino Unido caiu de 20 milhões para 10 milhões.
Os pubs, principalmente
os que só oferecem bebidas, temem uma queda dos negócios e dizem que na Irlanda,
Escócia e Gales, a redução foi de 5% a 10%.
Um estudo de mercado da
empresa Nielsen calculou que as vendas anuais de cervejas em "pubs", bares e
outros estabelecimentos na Inglaterra e Gales podem diminuir em 113 milhões de
litros.
Segundo uma pesquisa recente da organização "Campaign for Real
Ale", 68% dos ingleses que costumam ir a pubs continuariam freqüentando os
locais, mas se não puderem fumar apenas 3% ficarão em casa.
Pelo
contrário, 840 mil pessoas que não freqüentam os pubs atualmente porque não
podem suportar a fumaça disseram que começariam a ir assim que a medida entrasse
em vigor. EFE jr jfc/dgr