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1º de agosto de 2007
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Leitora, anote mais um malefício do cigarro:
ele pode antecipar a menopausa


Paula Neiva

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Mais uma má notícia vem se somar ao rol de malefícios do cigarro: fumar acelera a entrada das mulheres na menopausa. Trata-se de um período intenso e desconfortável na vida delas – enfrentam-se a secura vaginal, as ondas de calor, os suores noturnos, a insônia. Para não falar do impacto psicológico que significa o fim da ovulação. Os sintomas da menopausa costumam aparecer por volta dos 50 anos. Já entre as mulheres que fumam, o risco de isso ocorrer antes dos 45 anos é 60% maior. É o que conclui um estudo coordenado por médicos do Instituto de Saúde Pública norueguês e da Universidade de Oslo, na Noruega. Entrar mais cedo na menopausa não é apenas uma questão de enfrentar antes da hora uma série de aflições. Com o fim do ciclo reprodutivo, o organismo deixa de produzir estrógeno, o hormônio sexual feminino. Como a substância protege ossos e artérias, sobretudo, a falta dela deixa a mulher mais suscetível a doenças como osteoporose, infartos e derrames.

Depois de avaliarem informações relativas a mais de 2.000 mulheres, os pesquisadores encontraram evidências de que o risco de antecipação da menopausa é proporcional aos anos de vício e ao número de cigarros que se fuma. "Esse dado é mais um a demonstrar que o impacto do cigarro sobre a saúde das mulheres é ainda maior do que os seus efeitos deletérios na saúde masculina", diz o ginecologista Rogério Bonassi, da Associação Brasileira de Climatério (veja o quadro). O tabagismo pode interferir na quantidade de estrógeno por causa da nicotina e do monóxido de carbono, os principais componentes do fumo. O monóxido de carbono reduz o volume de oxigênio transportado pelo corpo. Isso faz com que o aporte sanguíneo para determinados órgãos e tecidos – especialmente aqueles que precisam de muita irrigação, como os ovários – também diminua. O resultado dessa redução é uma queda acelerada da produção do hormônio, até seu fim definitivo. A nicotina, por sua vez, aumenta a velocidade com que o corpo gasta o estrógeno.

Outro dado preocupante, agora para as ex-fumantes: somente depois de dez anos de abandono do vício a probabilidade de ocorrência de menopausa precoce volta a ser igual à de mulheres que nunca fumaram. A pesquisa norueguesa, contudo, desmente estudos anteriores que associavam o fumo passivo e o consumo de café e de bebidas alcoólicas à menopausa precoce. Até onde se sabe, eles não têm nenhuma influência nesse sentido.

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