Domingo, 2 de Dezembro de 2007
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Lisboa
02.12.07
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UE quer cigarros seguros para prevenir incêndios


CÉU NEVES
NATACHA CARDOSO-ARQUIVO DN (imagem)
O fogo provocado pelo cigarro mata centenas de pessoas na União Europeia, na sua maioria idosos. Em Portugal, estima-se que as beatas acesas sejam responsáveis por 18% dos fogos florestais por negligência. O alerta é da Comissão Europeia, que acaba de estabelecer um plano para combater os incêndios devidos ao tabaco. Quer que as tabaqueiras alterem o fabrico dos cigarros para que se apaguem rapidamente quando são esquecidos.

A Comissão defende que sejam tomadas medidas a nível dos Estados membros, como as que já existem em algumas zonas dos Estados Unidos e no Canadá. Utilizam uma técnica de fabrico que permite que o cigarro se apague rapidamente quando alguém se esquece dele. Segundo a Associação Nacional de Protecção de Fogos (NFPA), diminuíram os incêndios provocados pelo tabaco mas os incêndios devidos ao cigarro continuam a matar entre 700 e 900 pessoas por ano.

Um estudo idêntico em 14 Estados membros da UE, realizado entre 2005 e 2007, mostrou que os cigarros provocam 11 mil incêndios todos os anos, com 520 mortos e 1600 feridos. Os idosos são os mais atingidos. Segundo a NFPA, este grupo é quatro vezes mais atingido por este tipo de acidente que os restantes cidadãos.

O que se pede aos fabricantes é que utilizem duas ou três bandas de papel para enrolar o tabaco, criando uma espécie de barreira que permite que o cigarro se apague automaticamente se alguém se esquecer que o tem aceso. Qualquer cigarro é uma fonte de calor fraca que leva tempo a dar início a um incêndio e um fire-safer permite que se apague antes de incendiar objectos como o mobiliário e a roupa de cama, o que, segundo os membros da Comissão, pode salvar muitas vidas.

"O ideal seria que ninguém fumasse. É mau para a saúde de quem fuma e para as pessoas que estão à sua volta. Mas se as pessoas escolhem fumar, temos de exigir às empresas que façam uma pequena alteração técnica no fabrico e que evitam acidentes dramáticos, não só para o ambiente como para os consumidores mais vulneráveis dentro das suas próprias casas", sublinhou a comissária para a protecção dos consumidores, Meglena Kuneva, na apresentação do plano.

Os Estados membros estão também preocupados com os incêndios florestais provocados por um cigarro. Segundo a UE, os cinco estados do Mediterrâneo (Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia) representam cerca de 96% da área ardida na União Europeia. Em 2006, arderam 284 444 hectares de floresta nestes países. E, segundo dados do Centro de Investigação Europeu, 18% dos fogos por negligência em Portugal no segundo semestre de 2005 foram provocados pelo cigarro. Em Itália, em 2006, constituíram 31,7% dos fogos por negligência e em Espanha, entre 1998-2004, a percentagem era de 7,8%.|
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