Apesar de a venda de cigarros ser proibida para menores
de 18 anos, a adolescência é a fase em que a maioria dos fumantes dá sua
primeira tragada. Uma pesquisa da Santa Casa de Misericórdia do Rio e da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela que dois terços das pessoas
que experimentam um cigarro se tornam viciadas.
Outra constatação é que essa experimentação acontece, em média, com
16 anos.
A pesquisa foi realizada em todos os Estados brasileiros e ouviu
mais de 3 mil pessoas com 14 anos ou mais. Ela aponta também que, após a
experimentação, o uso diário do tabaco começa pouco antes dos 18 anos, em média.
Ou seja, a lei não é cumprida e a prevenção do contato do adolescente com o
cigarro é falha no Brasil.
Uma das autoras da pesquisa, a psiquiatra
Analice Gigliotti, da Santa Casa de Misericórdia, explica que a nicotina - um
dos componentes do cigarro - é a droga que mais causa dependência. “Comparada
com outras, ela tem um poder de vício muito maior”, afirma.
Por ser uma
droga socialmente aceita, assim como o álcool, o fumante acaba não percebendo
seu grau de dependência. A longo prazo, no entanto, os efeitos começam a
aparecer. Além de doenças vasculares e coronarianas, o cigarro é responsável por
nada menos do que 90% dos casos de câncer de pulmão.
A prevalência de
fumantes verificada foi de 20%, o que corresponde a 26 milhões de brasileiros.
Da população estudada, 66% fumou em algum momento da vida. Na população adulta,
a prevalência de fumantes é maior entre os homens. Entre adolescentes, meninos e
meninas têm índices semelhantes. As informações são do jornal O Estado de
S.Paulo
AE