Por Darren Ennis
BRUXELAS (Reuters) - A comissária (ministra) de Proteção ao
Consumidor da União Européia, Meglena Kuneva, pretende evitar
milhares de queimaduras por ano ao exigir que todos os cigarros
vendidos no bloco tenham um sistema de auto-apagamento, segundo
funcionários da Comissão Européia.
Esses cigarros param de queimar após alguns segundos sem serem
tragados, devido a pequenos furos no papel que impedem a circulação
de oxigênio.
Fontes do Poder Executivo europeu disseram que Kuneva deve
formalizar a proposta neste ano.
"Dados de apenas 14 Estados membros (de um total de 27) mostram
que mais de 2.000 mortes por ano são causadas por incêndios
relacionados a cigarros, com milhares de pessoas feridas e dezenas
de milhões de euros em prejuízos", disse um funcionário à
Reuters.
"Já houve discussões com os vários interessados, como autoridades
de segurança contra o fogo, a indústria do tabaco e grupos de
consumidores. Há um apoio generalizado", disse a fonte.
A Comissão Européia está desenvolvendo um padrão para os cigarros
de toda a UE, similar ao que já vigora em Estados Unidos e
Canadá.
"O Canadá introduziu a legislação em 2005, e vários Estados dos
EUA acompanharam, inclusive Nova York, Nova Jersey e Califórnia,
enquanto a Austrália pretende também criar leis para cigarros
seguros contra incêndio", disse outro funcionário da Comissão.
"Então seria mais sensato e fácil para a indústria se criássemos
um padrão comum a ser usado em todo o globo."
As autoridades disseram que as pesquisas mostram que os novos
regulamentos na América do Norte não afetaram o preço dos cigarros.
"O custo (das medidas) é de cerca de 0,01 a 0,02 cêntimo de euro por
maço", disse um funcionário.
De acordo com essas fontes, as indústrias prometeram apoiar o
plano, desde que tenham tempo suficiente para se adaptar.
Até então, as empresas diziam que os aditivos químicos contra a
queima dos cigarros iriam causar ainda mais males aos fumantes, que
também não aprovariam o novo sabor.
Richard James, porta-voz da Philip Morris --fabricante do
Marlboro e de outras marcas importantes-- disse que o setor apóia a
iniciativa, "mas deve estar de acordo com o padrão adotado em Nova
York."
"Também deve deixar claro que esta medida sozinha não impede
totalmente incêndios pela queima de cigarros, (que) os fumantes
precisam também ser mais responsáveis quando
fumam."
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