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Consumo associado de fumo e álcool fragiliza ossos
Estudo mostra que pessoas que fumam e bebem têm resistência óssea
45% menor
Pesquisadora da Unicamp mediu resistência do fêmur
de ratos de laboratório submetidos a doses diárias de álcool e cigarro
MAURÍCIO SIMIONATO DA AGÊNCIA FOLHA, EM
CAMPINAS
Pesquisa do Instituto de Biologia da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas) indica que o consumo associado de
álcool e nicotina interfere negativamente na resistência dos ossos e na
reparação de células ósseas. De acordo com o estudo -feito em ratos de
laboratório-, uma pessoa que fuma e bebe tem resistência óssea 45% menor
do que a de alguém sem esses vícios. Pelo estudo, o fêmur dos ratos
mostrou-se mais frágil nas cobaias que ingeriram, simultaneamente, álcool
e nicotina em dosagens equivalentes a cinco ou seis cigarros por dia ou a
uma garrafa de cerveja diária. Segundo a fonoaudióloga Evelise Soares,
que estudou o assunto em sua dissertação de mestrado, não havia pesquisa
que associasse o consumo conjunto de álcool e nicotina à resistência
óssea. O estudo foi dividido em duas partes: uma mediu a resistência do
fêmur dos animais após a aplicação de doses diárias de álcool e cigarro;
outra verificou a aderência ao osso de um tipo de implante de cerâmica
-comum em enxertos dentários. "Os implantes realizados na tíbia do
animal demonstraram comprometimento da reparação óssea nos animais
tratados com nicotina e álcool. Houve baixo estímulo de produção de
células ósseas", disse ela, que iniciou o estudo em 2004.
Força
menor Foram utilizados 20 ratos na pesquisa, divididos em quatro
grupos de cinco. Eles foram submetidos a 90 dias de doses diárias de
álcool e nicotina. O primeiro grupo não recebeu os produtos, o segundo só
nicotina, o terceiro apenas álcool e o quarto foi submetido às duas
substâncias. "O resultado indicou que é necessária uma força 45% menor
para quebrar o osso de pessoas que bebem ou fumam", afirmou
Soares. Para a pesquisadora, os resultados indicam que os profissionais
de saúde devem redobrar a atenção quando forem submeter indivíduos a
implantes ósseos em pacientes consumidores de álcool e cigarro. "Em muitos
casos não se pergunta antes ao paciente que receberá um implante, por
exemplo, a média de consumo diário de cigarro e bebidas
alcoólicas."
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