Projeto
apresentado pelo vereador Pastor Gilso de Freitas (PSDB)
dispõe sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos de
ensino do município afixarem em local visível, com
destaque, os malefícios do cigarro, drogas e bebidas
alcoólicas. A proposta, segundo o parlamentar, aguarda
para entrar na pauta de votação da Câmara de
Curitiba. “Realizada pela equipe da Unidade de
Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de
SP, pesquisa mostra que 20,8% da população brasileira é
dependente de tabaco e a experiência com o cigarro
começa aos 13,5 anos”, lembra Pastor Gilso. Entre os
jovens que hoje têm de 14 a 17 anos, o percentual de
dependência é de 6%. E, nesse grupo, as meninas estão
experimentando tanto ou mais que os meninos.
"É
preocupante porque dois terços deles seguirão fumantes
pelo resto da vida e terão doenças decorrentes do
cigarro. E as mulheres são mais sensíveis aos problemas
causados pelo cigarro", diz a psiquiatra Ana Cecília
Marques, uma das autoras do estudo. Mais de 75% dos
jovens não precisam mostrar identidade para comprar
cigarro, segundo estudo sobre tabagismo feito
periodicamente pelo Ministério da Saúde em escolas de
capitais brasileiras.
Bebidas
“Tudo
começa com um gole. Às vezes, a pessoa nem gosta da
bebida, mas cede por estar na companhia de amigos. De
repente, nota que, ao tomar a segunda dose, o mundo
parece mais alegre e continua a seqüência de copos,
misturando bebidas e, na maioria das vezes,
transformando em um hábito diário. Assim começa o
alcoolismo, uma doença grave, incurável, irreversível”,
diz o vereador.
Essa realidade é enfrentada por
famílias em todo o mundo e tem aumentado, principalmente
entre os jovens. De acordo com o ‘‘Primeiro Levantamento
Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na
População Brasileira’’, divulgado pela Secretaria
Nacional Antidrogas (Senad), as bebidas alcoólicas são
as substâncias psicotrópicas mais utilizadas pelos
adolescentes. Cerca de 24% bebem pelo menos uma vez ao
mês.
A pesquisa mostra que 13,9% dos jovens
começaram a beber na faixa etária entre 14 e 17 anos. No
Brasil, o consumo de bebidas alcoólicas só é legalmente
permitido após os 18 anos de idade, mas é comum ver
adolescentes comprando uma lata de cerveja, por exemplo,
sem empecilho algum. “Para complicar ainda mais a
situação, a maior parte das festas direcionadas a esse
público tem patrocínio de marcas de cerveja e bebidas
‘ice’, gerando o incentivo. Nessa fase da vida, o álcool
parece um meio de integração e uma forma de mostrar
autonomia pessoal, o que pode desencadear problemas
futuros e, inclusive, aumentar o risco de suicídios,
homicídios e acidentes”, acrescenta Pastor
Gilso.
“O objetivo da apresentação deste projeto
é conscientizar as crianças e adolescentes,
principalmente os jovens, sobre os males provocados pelo
consumo de drogas, bebidas alcoólicas e cigarro, para
que não sofram mais tarde com estes vícios que acabam
com famílias”, conclui o vereador. |