O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) da Saúde, que
será apresentado pelo ministro José Gomes Temporão até o final
deste mês, vai defender que sejam eliminadas as áreas
destinadas a fumantes, os ‘‘fumódromos’’. Para isso, o PAC irá
propor que o governo envie ao Congresso um projeto de lei. Um
dos pilares do PAC é a promoção à saúde, na qual se insere o
controle do tabagismo.
Temporão lembra que, em artigo publicado em maio deste ano,
a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o Brasil como o
país que mais reduziu o número de fumantes nos últimos dez
anos. “Isso nos estimula a aperfeiçoar ainda mais nossa
política antitabagista, que é uma articulação entre a
proibição da propaganda de cigarro no país, a divulgação de
informações sobre os malefícios do tabaco e a assistência do
SUS (Sistema Único de Saúde) às vítimas do cigarro”,
explica.
Em apoio à medida, o Instituto Nacional de Câncer (Inca)
realizou, em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde
(Opas) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
o fórum Tabagismo passivo e legislação sobre ambientes livres
de fumo no Brasil, que ocorreu ontem, no Rio de Janeiro. No
encontro, foram discutidas propostas para alinhar a legislação
nacional às diretrizes da Convenção _ Quadro para o Controle
do Tabaco, da qual o Brasil é signatário desde 2005.
Durante o evento, organizações e entidades nacionais
ligadas à defesa da saúde assinaram um documento em apoio à
iniciativa do ministro da Saúde. Entre elas, Sindicato dos
Garçons, Barmen e Maitres do estado do Rio de Janeiro
(Sigabam), Conselho Nacional dos Secretários de Saúde
(Conass), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação
Médica Brasileira (ABM), Sociedade Brasileira de Oncologia
Clínica, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e
Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O projeto de lei que proíbe os fumódromos vem em
consonância com a decisão unânime dos 146 países representados
na 2ª Conferência das Partes _ responsável por determinar
internacionalmente a implantação do tratado _, realizada entre
os dias 30 de junho e 6 de julho, em Bangkok, capital da
Tailândia. No encontro, o Brasil e demais países que
ratificaram o tratado internacional da OMS firmaram o
compromisso de adotar ambientes livres da fumaça do tabaco.
Informações - As orientações aprovadas determinam a direção
que os governos devem seguir e reforçam o fato de que
ventilação e filtragem do ar não são suficientes para reduzir
a exposição passiva aos malefícios da fumaça. “O Brasil já
está fortalecendo suas políticas de proteção à exposição do
tabagismo passivo, mas ainda é preciso avançar mais nesse
campo”, comentou o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio
Santini.
Experiências bem-sucedidas, como a de Nova York, nos
Estados Unidos, que proibiu o fumo em restaurantes, estão
sendo seguidas por outros países. A Argentina, por exemplo,
deu um prazo para os estabelecimentos se adaptarem às
mudanças. A União Européia anunciou que quer proibir
totalmente o fumo em locais fechados em todos os países do
bloco até 2009. A Organização Internacional do Trabalho (OIT)
calcula que pelo menos 200 mil trabalhadores morrem a cada
ano, devido à exposição à fumaça do Tabaco.
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