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2007-10-14 - 00:00:00
Paulo Autran cremado
ontem Um cigarro antes da
morte | |
Sergio
Lemos
Depois de terminar a sobremesa, o
actor disse que era altura de um cigarrinho. 'Eu
tive que dar', confessa a
| O actor brasileiro Paulo Autran,
que morreu na tarde de anteontem, em São Paulo, aos 85
anos, vítima de cancro no pulmão, foi cremado ontem na
zona leste da capital paulista, depois de ser velado e
homenageado por uma multidão de famosos e anónimos na
Assembleia Legislativa. Apesar da doença que o consumia,
Autran levou o seu vício até final, fazendo questão de
fumar um último cigarro momentos antes da morte, no
quarto do hospital.
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“Ele comeu uma massa e
um creme de papaia. Depois de terminar a sobremesa disse
‘agora é a hora do cigarrinho. Eu tive que dar”,
declarou a mulher do actor, a actriz Karin Rodrigues,
que o acompanhou até ao último momento e conta que a
derradeira ‘passa’ dada pelo marido nem foi concluída,
pois ele apagou o cigarro à pressa quando uma enfermeira
entrou no quarto. “Parecíamos estudantes a tentar
esconder que estávamos a fumar”, conclui.
Paulo
Autran, que se tratava sem sucesso há um ano, período
durante o qual fora internado várias vezes, nasceu no
Rio de Janeiro em 1922, mas mudou-se cedo para São
Paulo, onde se formou advogado em 1945. A paixão pelo
teatro, contrariada pela família, começou ainda na
faculdade. Autran deu início a uma carreira de sucesso e
respeito em 1949, quando estreou, no Teatro Brasileiro
de Comédia, ‘Um Deus Dormiu lá em Casa’. Depois fez mais
89 peças, entre as quais Antígona’, ‘My Fair Llady’,
‘Otelo’ e ‘O Avarento’.
O actor cativou o grande
público mundo fora. No cinema, destacaram-se as
actuações em ‘Terra em Transe’ e em ‘Destino em Apuros’.
Um dos actores mais queridos dos amantes de novelas, fez
interpretações nesquecíveis, como em ‘Pai Herói’,
‘Sassaricando’ e ‘Guerra dos Sexos’, além de em
minisséries como ‘Ilda
Furacão’. |
Domingos
Grilo Serrinha, São Paulo,
Correspondente
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