Portal Terra
SÃO PAULO - As áreas reservadas a fumantes
nos restaurantes de demais estabelecimentos
comerciais de São Paulo podem estar com os dias
contatos. Uma iniciativa da Secretaria Estadual
de Saúde pretende premiar com um selo os
estabelecimento públicos e comerciais que se
transformarem em ambientes 100% livres de
tabaco.
- O trabalho é de sensibilização e
pedagógico. Queremos mostrar aos usuários dos
estabelecimentos e aos estabelecimentos que a
fumaça de cigarro é muito prejudicial à saúde -
diz Luizemir Lago, diretora do Centro de
Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas
(Cratod) e coordenadora do projeto.
As regras para se obter o selo, que será
lançado em 29 de agosto - Dia Nacional de
Combate ao Fumo -, estão sendo elaboradas por um
comitê, que se baseará nas normas da Organização
Pan-americana de Saúde.
- Estudamos vários modelos, mas podemos dizer
que o selo será estampado como uma certificação,
para que seja afixado em local visível e as
pessoas saibam que estão seguras ali - adianta
Luizemir. Além de não permitir o fumo em todas
as suas dependências, os estabelecimentos terão
um conjunto de regras a serem seguidas caso
alguém descumpra a norma.
Os estabelecimentos que aderirem ao selo,
como shoppings, bares e restaurantes que hoje
têm espaço destinados a fumantes, seja uma ala
ou um fumódromo, deverão extinguir estes
espaços.
- A fumaça não respeita fronteiras -diz a
coordenadora.
Nos bares de São Paulo, as opiniões sobre o
funcionamento da medida nos ambientes da noite é
dividida.
- Seria o bar dos meus sonhos. Acho que temos
que tentar. A fumaça de cigarro é muito
desagradável - opina a consultora de informática
Paula Barbosa, 28 anos. Já o fumante Lucas
Ravazi, 22 anos, afirma que não freqüentaria um
local onde não lhe fosse permitido fumar.
- Não acho uma iniciativa válida - diz.
A coordenadora do projeto reconhece a
dificuldade de locais como bares adotarem o
selo, mas afirma que deve-se tentar.
- Será uma medida complicada, mas se em
outros países, como o Uruguai, não se fuma em
lugar nenhum, porque nós não vamos conseguir? -
questiona.
O objetivo, segundo ela, não é penalizar os
fumantes, mas proteger os trabalhadores dos
estabelecimentos.
- Ele passam horas nos ambientes e são
massacrados pela poluição da fumaça, que pode
levar a acidente vascular cerebral, enfarte,
catarata, e diversas outras doenças. Estamos
preocupados com os danos à saúde. Queremos que
as pessoas saibam disso e fumem fora dos
ambientes - defende Luizemir.
Chiquinho, subgerente do Bar do Juarez, na
zona sul de São Paulo, afirma ter passado mal
diversas vezes no fim de seus dias de trabalho
por conta da fumaça. Mesmo assim, desconfia que
um bar livre de cigarros não daria certo.
- Cerca de 80% das mesas tem pelo menos uma
pessoa fumando - estima.
Os locais que resolverem manter uma área para
fumantes teriam que criar salas especiais,
seguindo uma série de requisitos como forte
sistema de exaustão, portas lacradas e ambiente
com pressão negativa, para que a fumaça não saia
quando se abra a porta.
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