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Consumos analisados em contexto
escolar |
Sara R. Oliveira|
2007-10-17 | | | |
Publicação
do Ministério da Educação dá sugestões de
actividades para abordar temas relacionados com o
álcool, o tabaco e as drogas. |
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Informações
actualizadas sobre o álcool, o tabaco e as drogas.
Assuntos relacionados com essas substâncias
psicoactivas, desde a história, aos componentes
químicos, passando pelos efeitos para a saúde.
Bibliografia para consultar e sugestões de
actividades para que a comunidade educativa possa
trabalhar esses temas, numa perspectiva
preventiva. O volume "Consumo de substâncias
psicoactivas e prevenção em meio escolar", da
Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento
Curricular do Ministério da Educação (ME),
elaborado com o apoio do Grupo de Trabalho de
Educação para a Saúde, reúne um conjunto de textos
"a partir dos quais os professores podem dinamizar
momentos de reflexão e de trabalho de grupos com
os alunos, através de metodologias activas, com
avaliação dos conhecimentos adquiridos". A
publicação conta com a colaboração do Instituto da
Droga e da Toxicodependência (IDT) e da
Direcção-Geral de Saúde.
"A escola é um
local privilegiado para uma intervenção
preventiva", destaca Daniel Sampaio, um dos
autores e revisor científico da publicação. O
responsável defende que as temáticas devem ser
trabalhadas nas diversas disciplinas, a partir da
revitalização dos currículos existentes, bem como
nas áreas curriculares não disciplinares de forma
sistematizada. Um dos objectivos é, explica,
"possibilitar o ponto de partida para trabalhos de
pesquisa e de reflexão elaborados pelos alunos,
com o apoio dos professores e sob a coordenação do
professor-coordenador da área de Educação para a
Saúde".
Daniel Sampaio deixa algumas
sugestões aos professores: "Falarem pouco, ouvirem
muito, trabalharem em parceria com a Saúde, quando
não souberem a resposta pesquisarem com os jovens
a solução e, sobretudo, estudarem com os
estudantes. O livro tem bibliografia e sugestões
de actividades, bem como informação actualizada".
O responsável considera que a comunidade educativa
está preparada para abordar os assuntos. "Os
alunos têm um enorme interesse por estes temas,
que surgem no seu quotidiano escolar pelas mais
diversas formas, a começar pelos programas
oficiais de diversas disciplinas". "Propomos que
os alunos elaborem projectos sobre estes temas e
os trabalhem com apoio dos professores e dos
centros de saúde e IDT. A solução está, como
sempre, nos alunos, não em aulas expositivas por
parte de docentes", realça.
As escolas
estão satisfeitas por terem mais um instrumento de
trabalho ao dispor. Ilda Serrano, vice-presidente
da Secundária Gabriel Pereira de Évora, adianta
que essas questões são já abordadas na escola -
inclusive através da realização de inquéritos
sobre o consumo de substâncias psicoactivas,
dentro e fora do estabelecimento de ensino. De
qualquer forma, os responsáveis pelo gabinete de
Educação para a Saúde, baptizado de gabinete de
Afectos e Sexualidade, têm já o manual nas mãos e
que servirá de apoio para a definição de
actividades ao longo do ano lectivo. Para a
docente, o guia "poderá dar um contributo válido"
para a concretização de iniciativas mais
sistemáticas.
A publicação ainda não
chegou às mãos do Agrupamento de Escolas do Cerco
do Porto, mas a sua importância é, desde já,
sublinhada. "É extremamente importante tratar
destes temas desde a base até cá cima", comenta
Manuel António Oliveira, um dos vice-presidentes
da estrutura. Desde o 1.º ciclo ao secundário. Na
sua opinião, o manual será um bom instrumento de
trabalho, um complemento para as iniciativas que
têm vindo a ser desenvolvidas, como a prevenção do
tabagismo, sobretudo numa "área carenciada social
e economicamente".
"A melhor maneira de
saber qual a relação que os jovens têm com os
consumos é através das suas próprias palavras,
analisando as narrativas sobre o fenómeno." No
caso do consumo de drogas, a publicação sugere que
na abordagem deste assunto é necessário "ajudar os
alunos a questionarem-se, estimulando a sua
capacidade de pensar e fomentando a consciência
crítica face aos seus actos, ao invés de
apresentar respostas de acordo com as experiências
e vivências do adulto". Nesse sentido, defende-se
que os projectos nesta área, em contexto escolar,
devem abranger prioritariamente a faixa etária
entre os 11 e os 14 anos, envolver a família e a
comunidade, utilizar estratégias interactivas,
entre outros aspectos.
"Convém desfazer
equívocos: como pode ver-se nos estudos
reproduzidos nesta publicação, a maioria dos
jovens não utiliza (nem experimenta) o haxixe.
Muitos usam-no, é verdade, mas o consumo não está
tão generalizado como muitos adolescentes
argumentam, nem é correcto afirmar-se que quem
experimenta vai passar para outras drogas mais
perigosas e tornar-se toxicodependente", salienta
Daniel Sampaio.
Cinco sugestões de
actividades para abordar o tema tabaco. Realizar
um exercício de role-play, em que um
jovem não fumador é pressionado pelos colegas a
fumar; elaborar um questionário anónimo sobre
conhecimentos e atitudes associados ao consumo e à
exposição ao fumo do tabaco; recolher recortes de
revistas e jornais para debater o que leva as
pessoas a fumar; pesquisar os efeitos do consumo
do tabaco no ambiente e a poluição provocada; e
discutir na turma o direito à saúde e à liberdade
individual.
"As escolas, enquanto espaços
educativos e de trabalho, devem assumir uma
política de prevenção e controlo do tabagismo
clara e explícita, assente em princípios
educativos e preventivos globais e integrada no
currículo, nas áreas disciplinares e não
disciplinares", lê-se. O manual recorda que, em
2003, cerca de 30% dos alunos de 13 anos e de 70%
dos alunos de 18 anos já tinham experimentado
fumar tabaco, pelo menos uma vez ao longo da vida.
As percentagens de rapazes e raparigas que já o
tinham feito eram bastante próximas.
O
álcool é também abordado em várias perspectivas.
Lembram-se os falsos conceitos, salientam-se os
efeitos sociais na família e no trabalho.
"Constata-se pois que os jovens, sobretudo a
partir dos 15, 16 anos, bebem essencialmente em
contextos recreativos da noite, em que a diversão
está muito associada ao álcool." "O consumo de
bebidas alcoólicas pelos jovens não pode ser
desenquadrado do consumo efectuado pela família e
pela sociedade em geral, nomeadamente pelos
adultos", refere-se.
Mais
informações: sitio.dgidc.min-edu.pt
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