Dados da Secretaria Nacional Antidrogas
(Senad), em uma pesquisa realizada com quase 50
mil estudantes em todo o país, revelam que o
estudante brasileiro entra em contato com as
drogas entre 10 e 12 anos de idade. Outro dado
preocupante que a pesquisa aponta é o fato de
que quase a metade dos alunos pesquisados
(45,9%) cursa uma série que não é adequada à sua
idade.
Na região Norte, que teve 10.030 estudantes
entrevistados, a maioria deles, 50,9%, é do sexo
feminino e estão na faixa etária entre 13 a 15
anos. A pesquisa indica também que 21,6% dos
estudantes da rede municipal e estadual de
ensino dos estados da Amazônia já fizeram uso de
drogas na vida. Entre as mais utilizadas estão o
álcool, citado por 58,2% dos entrevistados,
seguido pelo tabaco, com 26,1%, e os solventes,
com 14,4%. Foi observado também que a maioria
dos estudantes que fizeram uso na vida de algum
tipo de droga (22,8%) tinha defasagem escolar de
três ou mais anos que os que não apresentaram
uso (15,4%).
Em Porto Velho, uma das capitais que também
foi objeto de pesquisa da Senad, esses números
não são diferentes. Cerca de 59,8% dos
entrevistados já fez uso de álcool; 25,4% de
tabaco; 12,4% de solventes; 5,8% de maconha e
3,5% de cocaína.
Preocupada com esses números
e, sobretudo, em desenvolver pesquisas nessa
área em Rondônia, a Pró-Reitoria de
Pós-Graduação e Pesquisa (Propesq) da Unir
pretende fomentar entre os professores da
universidade e demais interessados as atividades
desenvolvidas pela Senad. O órgão conta desde
novembro de 2006 com a Rede de Pesquisa sobre
Drogas, projeto desenvolvido em parceria entre
instituições brasileiras e estrangeiras, que
prevê a troca e cruzamento de informações em
nível internacional, nacional e regional da
produção científica sobre a oferta e o consumo
de drogas.
A idéia da participação da Unir na Rede de
Pesquisa sobre Drogas surgiu da ida do
coordenador de pesquisa da Unir, professor
Alexandre Pacheco, ao I Seminário Internacional
da Rede de Pesquisa sobre Drogas, realizado
entre os dias três e cinco de outubro, no
Palácio do Planalto, em Brasília, pela Senad.
Alexandre diz que a participação da Unir na
Rede de Pesquisa sobre Drogas representa o
estabelecimento de uma importante parceria para
a universidade visto que repercutirá num aumento
dos investimentos para as pesquisas, além da
formação em Rondônia de recursos humanos
especializados nessa área através dos cursos de
pós-graduação.
Outro ponto destacado pelo professor sobre a
importância da Rede de Pesquisa sobre Drogas é a
socialização das pesquisas desenvolvidas no país
que, regra geral, estão concentradas nas regiões
Sudeste e Sul. Assim, os pesquisadores do Norte
estarão em um estreito diálogo com os do Sul,
por exemplo, e vice-versa, fato que facilitará a
integração de políticas públicas setoriais.
O coordenador de pesquisa da Unir aponta que,
nesse sentido, a universidade pública tem um
papel fundamental, considerando que a oferta e
uso de drogas não é apenas um problema de ordem
policial, jurídica ou da área de saúde, mas
necessita de uma abordagem multidisciplinar,
para que, assim, seja possível atenuar o consumo
excessivo de drogas e os problemas que resultam
disso em nossa sociedade.
Para mais informações sobre a Rede de
Pesquisa sobre Drogas, entre em contato com a
Coordenação de Pesquisa da Unir, junto à
Propesq, pelos telefones (69) 2182-2172 ou
2182-2173 ou e-mail pesquisa@unir.br