Até hoje nenhuma discoteca teve a coragem de
reservar mensalmente uma noite de Sábado apenas para
não-fumadores.
É absurdo mas (ainda) é a
realidade: o acto de dançar em público é indissociável do de
inalar ar conspurcado com milhares (!) de substâncias
cancerígenas, tóxicas e irritantes. Dançar com o fumo é
brincar com o fogo. No entanto a nova proposta da Lei
Anti-Tabaco, apesar de ter gerações de atraso atende ainda a
interesses comerciais que comprometem a Saúde Pública e
permitirá o vício de fumar em estabelecimentos com mais de
100m2, como se a qualidade do ar em redor de um nariz
dependesse da extensão da pista-de-dança que todos partilham e
onde, em muitos casos, a ventilação é anedótica ou
inexistente!
As discotecas e os bares que tanta
contrariedade oferecem à nova lei ainda não se aperceberam da
quantidade de potenciais clientes que até hoje preferiram
permanecer nas suas "tocas" em prol de preservarem a limpeza
das suas vias respiratórias e o estado inodoro das suas
roupas. Estes estabelecimentos também ainda não vislumbraram
um determinado terreno potencial, tão importante como a
decoração, o som ou a iluminação, e que até agora permaneceu
completamente encoberto pelo fumo: as possibilidades
aromáticas que a ausência de cigarros propicia.
Até
agora a festa foi dos viciados, ingenuamente iludidos de que
celebram juventude. Mas dançar é algo salutar e natural que em
nada se deveria conjugar com o acto destrutivo de
fumar.
A adopção de comportamentos e estilos de vida
saudáveis é uma sinfonia Europeia que até agora tem sido
interrompida por tosse casmurra!
João Dalion