A Menendez & Amerino, maior fabricante de charutos do
país, está ampliando a produção da sua fábrica, localizada em
São Gonçalo dos Campos, no recôncavo baiano. No momento em que
comemora 30 anos de atividade, a unidade pretende atingir,
este ano, um volume de três milhões de unidades de charutos,
registrando um incremento de 8% em relação ao ano passado. A
expansão na produção de cigarrilhas é ainda maior, da ordem de
20%, resultando em mais de 12 milhões de unidades.
O cubano Félix Menendez, sócio-diretor da empresa, nasceu
na cidade de Havana e pertence à família que foi fabricante
dos lendários charutos cubanos Montecristo e H. Upmann até
1960, quando Fidel Castro estatizou toda a produção no seu
país. Era, na época, a maior produtora e exportadora de
charutos da Ilha.
Na década de 70, seu irmão, Benjamim
Menendez, veio conhecer o fumo produzido na Bahia, além do
maior exportador da época e futuro sócio, Mário Amerino
Portugal. O contato resultou na vinda da família Menendez, que
trouxe sementes, utensílios e as técnicas de origem. Em 1977,
eles fundaram a Menendez & Amerino.
Além de ser a maior fabricante brasileiro, a empresa
exporta cerca de 30% de sua produção. “Fornecemos para
diversos países, principalmente para os Estados Unidos,
Argentina, Emirados Árabes, Suíça, Noruega, Alemanha e
Canadá”, informou Félix Menendez, que há 22 anos assumiu os
negócios da família.
Além da fábrica em São Gonçalo, a companhia fumageira conta
com uma unidade de beneficiamento na cidade de Conceição da
Feira, na mesma região. Nas duas plantas, possui mais de 300
funcionários. “Temos ainda parceria com cerca de 300 pequenos
agricultores, que nos fornecem o fumo”, disse o diretor. A
empresa, no entanto, controla todos os estágios da produção,
do plantio à fabricação das embalagens de madeira.
As operações da Menendez & Amerino foram iniciadas com
a produção de 400 mil charutos por ano e 80 funcionários.
Atualmente, entre os charutos, produz as marcas Alonso
Menendez, Dona Flor – responsável por cerca de 65% das vendas
–, Aquarius Século XXI e Gabriela Half Corona. Já as
cigarrilhas são: Dona Flor, vendidas nas versões original, Ice
e Pipe; Gabriela, St. James e Vip.
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Promo incentiva exportações entre pequenas empresas
Mostrar às micro, pequenas e médias empresas que o comércio
exterior não é uma exclusividade das grandes companhias e que
elas também podem sonhar em dar vôos mais altos, desde que
estejam organizadas para isso. Esse é o objetivo do Happy
Business, evento realizado há seis anos (duas a três vezes ao
ano) pelo Promo – Centro Internacional de Negócios da Bahia,
que se repetirá na próxima quarta-feira, dia 26, às 18h30, no
restaurante Baby Beef. O case desta edição será o da Cia Nitro
Química, do Grupo Votorantim, com o tema Internacionalização
de empresas: estratégias alternativas de comercialização,
apresentado pelo gerente de mercado internacional Sérgio
Pereira.
A Cia Nitro Química conquistou recentemente o prêmio
Análises FIA de Comércio Exterior, da Fundação Instituto de
Administração, da Universidade de São Paulo (USP), justamente
pela excelência no desenvolvimento de novos mercados. A
empresa, que em 2002 exportou nove mil toneladas para 30
países, saltou em 2006 para 22 mil toneladas, comercializadas
com 62 países, incluindo mercados cobiçados e competitivos da
Europa, do Oriente Médio e da África.
O objetivo do evento, explica o gerente de atendimento
empresarial do Promo, Bernardo Costa, é formar uma mentalidade
exportadora, mostrando aos gestores das micro, pequenas e
médias empresas que existe um potencial de comércio exterior e
que ele pode ser explorado pelo segmento, desde que atente
para as exigências do mercado internacional e que crie
condições de continuidade. “Algumas empresas de menor porte
até exportam, mas por oportunidade, de forma esporádica”, diz
ele, frisando que 90% das exportações brasileiras estão
concentradas nas
grandes empresas. Na Bahia, segundo ele,
a proporção é semelhante.
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Transações são informadas por meio eletrônico
Empresas de comércio exterior devem ficar atentas com as
novas exigências na legislação dos preços de transferências,
que é regulamentada pela Lei 9.430/96. Desde maio, as
corporações que realizam operações internacionais devem
informar as suas transações à Receita Federal por meio
eletrônico, através do programa gerador de dados do Sistema de
Auditorias Internacionais – PGD Audin. Segundo consultores, o
novo mecanismo vai facilitar a fiscalização, mas, em
contrapartida, vai reduzir a relação entre a empresa e o
fiscal, além diminuir a possibilidade de negociação.
O sócio da área tributária da Deloitte, Fernando Matos,
chama a atenção dos empresários quanto à obrigatoriedade da
utilização do novo sistema. “Empresas de pequeno, médio ou
grande porte, que realizam operações de importação ou
exportação, devem se adequar às novas exigências da legislação
para evitar problemas com o fisco”, diz. Ele informa ainda que
o arquivo precisa estar completamente atualizado no final do
ano, pronto para quando os fiscais solicitarem. “Os dados
informados precisam estar em conformidade com a declaração do
Imposto de Renda”, ressalta. O PGD Audin está disponível no
site http://www.receita.fazenda.gov.br/.
Seminário - Na tentativa de esclarecer as dúvidas em
relação à legislação dos Preços de Transferências, a Deloitte
– que é uma das maiores empresas na prestação de serviços
profissionais de auditoria e consultorias, incluindo
tributária, do mundo –, vai realizar um seminário amanhã, no
Fiesta Bahia Hotel, das 8h30 às 18h. As inscrições podem ser
feitas até hoje na Internet, através do site http://www.eventosdeloitte.com.br/.
O valor é de R$420.
Em 2006, das 547 empresas baianas que venderam produtos
para o exterior, as 258 de micro e pequeno porte faturaram
US$86.661.342, apenas 1,27% do faturamento total de
US$6.816.513.907. As 127 médias empresas faturaram
US$346.045.327 (5,08%) e as 162 grandes companhias abocanharam
exatos US$6.383.807.238 (93,65%). No Brasil, das 23.113
empresas exportadoras, as 4.780 de grande porte (20,68%)
faturaram US$125.963.069.289, mais de 91% do montante.
Segundo Bernardo Costa, entre os itens que devem merecer
maior atenção por parte das empresas está a escala de
produção, o que pode ser conseguido via associativismo, a
logística e a comercialização. A experiência da Cia
Nitro Química, segundo Sérgio Pereira, vai dar uma idéia de
como a companhia conseguiu aumentar o market share mundial e
conquistar o reconhecimento internacional. Ele resume a
estratégia usada pela empresa para alcançar sucesso no mercado
externo: “Observância ao ambiente de negócios, estrutura
organizacional, ações de marketing, logística, gerenciamento
de risco, aspectos políticos e um plano de ação comercial
claro, objetivo e voltado a resultados”.
No último evento, o case apresentado foi o das sandálias
Havaianas, que viraram uma febre em diversos países e um
símbolo de produto brasileiro. Mais de 1,4 mil representantes
de empresas já participaram do Happy Business, ao longo dos
seis anos de edição. Para o dia 26, estão sendo aguardados
cerca de 70 executivos. Os interessados em participar podem
entrar em contato com o Promo pelo site (http://www.promobahia.com.br/)
ou através telefones (71) 2101-9421/9432. A inscrição custa
R$60.
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