Pesquisa do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e 
Outras Drogas (Cratod) revela um dado alarmante: metade dos fumantes atendidos 
pela unidade estadual começou a fumar entre 6 e 14 anos. Foram ouvidas cerca de 
500 pessoas - 57% mulheres - entre fevereiro de 2006 e fevereiro de 
2007.
A faixa etária que registrou a 
maior incidência de iniciação do fumo foi a de 12 a 14 anos, com 36,54% dos 
entrevistados, seguida pelos 13,64% que começaram a fumar entre os 6 e os 11 
anos. Para 28,85% dos fumantes atendidos pelo centro, o cigarro passou a fazer 
parte da rotina entre os 15 e os 20 anos. Apenas 7,69% começaram a fumar após os 
25 anos. O exemplo familiar é outro fator importante. Segundo o estudo, 67% dos 
entrevistados têm um fumante na família. 
Um estudo da Universidade 
Federal de São Paulo (Unifesp) e da Santa Casa de Misericórdia do Rio revela que 
dois terços dos que experimentam um cigarro se tornam viciados, conforme 
publicou o jornal O Estado de S. Paulo no início do mês. De acordo com 
Luizemir Lago, diretora do Cratod, o serviço chega a atender casos de pessoas 
que se tornaram viciadas com apenas 5 anos. 
Contrastando com os usuários 
que procuram o centro em conseqüência de problemas com álcool e outras drogas, 
os fumantes em geral pertencem à classe média e possuem bom nível de informações 
sobre os problemas decorrentes do fumo. “Não existe uma política pública isolada 
que possa resolver esse problema, mas sim um conjunto de ações, como o aumento 
do preço do cigarro e a criação de ambientes livres do fumo”, diz Luizemir.
AE