Sexta Feira, 24/8/2007 ,
18h12
Geral - Brasil
O cigarro brasileiro vai receber um selo
especial para facilitar o rastreamento e o controle de sua
comercialização, com informações como data de fabricação e
destino final do maço. O objetivo do sistema, que deverá
entrar em funcionamento até o final do ano, é coibir a venda
de mercadoria ilegal. A Receita Federal estima que um terço do
consumo no Brasil seja irregular.
"O novo sistema vai permitir uma diligência virtual e a
rastreabilidade", afirmou Flavio Antonio Martins Araújo,
coordenador-geral substituto de Fiscalização.
Hoje, os maços de cigarros precisam conter um selo que é
produzido pela Casa da Moeda. O novo sistema, o Scorpios
(Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros),
também é baseado em um selo produzido pela Casa da Moeda, mas
tem como diferencial um código invisível que permitirá o
rastreamento on-line. O custo para o fabricante será de R$ 33
por mil maços.
A validação do selo ocorre quando ele é aplicado no maço e
há o registro do fabricante, marca, data de fabricação classe
fiscal e destino final. As informações serão transmitidas da
linha de produção dos 14 fabricantes direto para a Receita
Federal. Dessa forma, um fiscal poderá, por exemplo, entrar em
uma padaria e com equipamento de leitura verificar se o
cigarro comercializado foi produzido de forma legal e se o
fabricante recolheu todos os impostos.
A produção anual no Brasil é de 5,572 bilhões de maços.
Essa produção rendeu aos cofres públicos federais R$ 3,499
bilhões no ano passado.
Já a apreensão de mercadoria ilegal aumentou mais de cinco
vezes no ano passado. Passou de R$ 174 milhões em 2005 para R$
885 milhões no ano passado, um salto de 408,6%
As principais formas de fraude são a falta de selo, selo
falso, a reutilização do selo, contrabando e uma nova
modalidade apelidada na Receita de "exportabando", quando o
cigarro é produzido no Brasil, mas o fabricante coloca na
embalagem produto de procedência estrangeira. Dessa forma,
quando a mercadoria é apreendida, a Receita não tem como
cobrar os impostos do real fabricante.
A instalação do novo sistema será feita pela Casa da Moeda
e supervisionada pela Receita Federal. A partir da próxima
semana os fiscais começarão a visitar os fabricantes e a
expectativa é que até o final do ano o Scorpios esteja em
funcionamento nos 14 fabricantes.
Aquele que não adotar o novo sistema estará sujeito a uma
penalidade que pode chegar a 100% do valor comercial da
mercadoria que for produzida sem o controle e poderá ainda
perder o registro que autoriza a fabricação. As duas
instruções normativas sobre o Scorpios (números 769 e 770)
foram publicadas no "Diário Oficial" da União desta
sexta-feira.
Fonte : Folha
Online
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