www.portugaldiario.iol.ptPortugalDiário
 

Sociedade

  • Imprimir
  • Enviar a amigo
  • Ler comentários
  • Comentar
mais fotos
Deixar de fumar
Deixar de fumar

«Não fumo mais»: casos de sucesso

2007/12/26 | 21:30 ||  Luísa Melo  com Cláudia Rosenbusch
Com maior ou menor stress, com menos ou mais ansiedade, os testemunhos de quem deixou o tabaco sem «ajudas». Estórias de coragem, mas também de saúde. Saiba como começaram e as estratégias para nunca mais pegarem num cigarro

Histórias do último cigarro

 

Multimédia:

Mário Gomes tinha 36 anos quando decidiu largar o vício. Fumava quatro maços por dia, que o mesmo é dizer: 80 cigarros. Tinha começado, anos antes, a pretexto de noitadas de estudo. «Convencia-me de que um cigarro na mão ajudava à concentração», recorda.

No dia em que decidiu dar o primeiro passo, «estava na praia e disse: deixo de fumar no dia 1 de Janeiro». Ninguém acreditou, a não ser o próprio, que teve «vários meses» para se mentalizar: «Dizia para comigo: faltam três meses para deixar de fumar, falta um mês, uma semana, ...». Ao mesmo tempo, ia reduzindo a dose diária de nicotina.

«Quando faltavam cinco minutos para a meia-noite, fumei o último cigarro», recorda. «De seguida dirigi-me à casa de banho, lavei os dentes três vezes, tomei um longo banho de imersão e esfreguei bem as unhas».

Seguiu-se «uma lista dos alimentos proibidos: álcool, café, comidas condimentadas, no fundo, tudo o que puxasse ao cigarro». «Comecei a beber muita água», conta.

A primeira semana foi passada sob «grande nervosismo», mas não tardou a perceber que dos 80 cigarros fumados diariamente, apenas três lhe proporcionavam verdadeiro prazer: «Refiro-me aos que fumava a seguir às refeições».

O tempo ajudou a esquecer o vício e uma coisa garante: «Nunca mais voltei a fumar, nem a pretexto de jantaradas, ocasiões festivas ou momentos de stress». As vantagens superaram largamente o nervosismo inicial: «Sinto-me muito melhor», assegura.

Um vício de criança

João Melo começou a fumar aos 11/12 anos. No início eram barbas de milho seco e um cigarrito «roubado» ao pai, depois começou a trabalhar e «já tinha dinheiro para o vício». Há 50 anos atrás, ainda miúdo, a trabalhar num mundo de adultos, fumar «era um sinal de afirmação e de machismo».

Aos 39 anos fumava dois maços por dia. Ainda solteiro e em noitadas de fim-de-semana fumava ainda mais. A seguir ao almoço, conta, «enquanto sentia o sabor do café, fumava quatro ou cinco cigarros seguidos. Fumava compulsivamente, sem parar».

Um dia, no final de uma festa de fim-de-ano que terminou às sete da manhã sentiu-se «completamente intoxicado». Começou então a mentalizar-se que tinha de parar e deixou de fumar de manhã. Até que um dia ficou constipado e o cigarro a seguir ao almoço lhe soube mal. Deitou-o fora e decidiu: «Não fumo mais». E assim foi.

«Não bati com a cabeça na parede, não engordei, limitei-me a fazer exercício físico». 21 anos depois de ter acabado com o tabaco não tem dúvidas: «Ganhei saúde. Antes, corria e só conseguia fazer três quilómetros, hoje sou mais velho e corro dez quilómetros, três vezes por semana».

[Leia outros casos de sucesso: Histórias do último cigarro]

  • Imprimir
  • Enviar a amigo
  • Ler comentários
  • Comentar
Comentários dos leitores
  • Paranóia global. Deixei de Fumar

    joana
    2007-12-27 00:12
    Eu deixei de fumar mas agora apetece-me ser fumador outra vez. Esta coisa da guerra ao tabaco tem mais que se lhe diga do que todas as leis, proibições e notícias diárias, publicidades etc... Isto de se falar do tabaco nos dias de hoje é que é uma verdadeira doença e um verdadeiro vício.
    Um destes dias vamos ter episódios de pessoas na rua incomodadas com alguém que está a fumar mas pouco se importando com as toneladas de poluição que lhe caem em cima vindas dos aviões, das fábricas e dos carros. Ou então vamos ter manifestações como as que se vêem em muitos países "limpinhos", de gente que se diz alérgica ao perfume e a protestar contra quem usa perfumes nos recintos fechados e/ou nos restaurantes etc...
    Vão-se tratar, deixem de fumar e esperem pela próxima paranóia do mundo.
  • Paranóia global. Deixei de Fumar

    joana
    2007-12-27 00:11
    Eu deixei de fumar mas agora apetece-me ser fumador outra vez. Esta coisa da guerra ao tabaco tem mais que se lhe diga do que todas as leis, proibições e notícias diárias, publicidades etc... Isto de se falar do tabaco nos dias de hoje é que é uma verdadeira doença e um verdadeiro vício.
    Um destes dias vamos ter episódios de pessoas na rua incomodadas com alguém que está a fumar mas pouco se importando com as toneladas de poluição que lhe caem em cima vindas dos aviões, das fábricas e dos carros. Ou então vamos ter manifestações como as que se vêem em muitos países "limpinhos", de gente que se diz alérgica ao perfume e a protestar contra quem usa perfumes nos recintos fechados e/ou nos restaurantes etc...
    Vão-se tratar, deixem de fumar e esperem pela próxima paranóia do mundo.
  • Os entes queridos!

    Correia Gomes
    2007-12-26 23:25
    Fumava 3 a 4 maços diariamente. Um dia perguntei ao meu filho que prenda queria para o seu aniversário. Respondeu-me que gostava que eu deixasse de fumar, era a melhor prenda que lhe poderia dar. Imaginem o impacto de tal pedido.
    Pareceu-me impossível satisfazer o pedido sem qualquer apoio. Lembrei-me de consultar um médico que fazia acumpuntura na esperança que me dissesse que me arranjava alternativa. Logo na 1ª consulta disse-me que já tinha dado o 1º passo e que se tinha ido até lá é porque conseguia.
    Ao fim de 3 semanas deixei de fumar, já la vão três anos. Vantagens foram muitas, quer em termos físicos quer em termos financeiros.
    Sem tabaco esquece-se o álcool e algumas borgas desnecessárias com a recompensa de se poupar uns euros e de estar mais tempo com a família.
    Convém dizer que fumava desde os 12 anos, portanto, há quarenta anos.
    Claro que fumar dá prazer e se eu conseguisse fumar apenas os três cigarros que efectivamente sabem bem: depois do pequeno almoço, depois do aalmoço e do jantar, estou convencido que ainda agoar fumaria, mas toda a gente sabe que isto é impossível.
  • Eu também deixei - o que segredo.

    Ana
    2007-12-26 22:49
    Vou vos contar o meu segredo. Quando fumava vinham-me com aquelas histórias de que me fazia mal, os pulmões negros, o cancro, o dinheiro mal gasto,etc. Ok, mas todo o fumador sabe que não sao essas historias que o fazem abdicar do seu cigarrinho pos almoço.É só barulho para os ouvidos. Queriamos algo realmente diferente. O tal click magico que nos faz deixar de fumar. E eu descobri. Por isso quero partilhar e mais importante quero que entendam o que entendi de modo a conseguirem. Eu fumava mais de um maço por dia e jamais julgaria que iria consegui.lo, pois julgava-me demasiado "dependente" para o conseguir largar.
    Então é assim, primeiro que tudo temos de entender o porque fumamos. Fumamos porque gostamos? Sim e não. No fundo o que é gostar de fumar? É meter o cigarro na boca? Se fosse isso uma caneta serviria ou mesmo um cigarro apagado, mas não, não é o cigarro em sim, mas sim o fumo. Será o fumo? Também não me parece senão estariam milhares de pessoas com os narizes nos escapes de carros ou com pauzinhos de incenso na boca. Portanto, não é o gostar do objecto nem o fumo que nos atrai.
    Só resta uma hipotese. A sensação que nos provoca. O que quero dizer com isto é o seguinte. Nós fumamos porque nos dá prazer, em termos mais cientificos, ou médicos como queiram, o fumar liberta endorfinas no cérebro, um neurotransmissor que permite dar a sensação de relaxamento. Ou seja, por outras palavras, é um calmante instantaneo. Um comprimidinho.
    Agora se eu vos disser assim: " Se eu te der uma coisa que faz sentir exactamente como um cigarro te faz sentir, tu farias a troca?" por outras palavras " Se eu te der algo que te cause o mesmo prazer ou relaxamento que um cigarrinho farias a troca?" Eu julgo que a maioria diria que sim.
    Cientificamente é arranjar algo que simplemente liberte tantas enforfinas quanto um cigarro faz.No fundo, a razão porque todos nos fumamos, o tal prazer que a nicotica faz desencadear.
    E se eu vos disser que há mais coisas que fazem libertar endorfinas, a nicotina não é a unica substancia que faz libertar endorfinas.
    Está provado que andar, num locar com plantas verdes, por mais de meia hora, todos os dias, faz libertar endorfinas. Nos primeiros dias não se nota, mas com um certa regularidade a sensação de prazer é bastante elevada, superando mesmo a sensação da nicotica. Ou seja, a quantidade de endorfinas libertas pelo exercicio são superiores, o que aumenta o prazer.
    Eu fiz assim: Comecei a andar calmanente todos os dias num jardim. Não deixei de fumar, simplesmente obedecia ao que o meu corpo pedia.
    O que no fundo aconteceu?
    O meu corpo, como gradualmente foi libertanto endorfinas pelo exercicio fisico continuado, ele proprio foi deixando de "pedir cigarros". Não precisava, o meu cerebro já estava satisfeito.
    No final da semana tinha deixado de fumar. Já não fumo há coisa de 3ou 4 anos.
    Um pormenor, os passeios tem de ser feitos ao ar livre, ginasios não funcionam porque tem de se estar em contacto com plantas verdes ( efeito clorifila).
    Não forcem deixar de fumar, o proprio corpo dirá quando for o momento. Experimente e depois digam.me ;)
  • Porque mal apagado ainda fumega no cinzeiro!

    Astonished
    2007-12-26 22:42
    Esta é a história do meu último cigarro! Comecei a fumar aos 13 anos ("Três-Vintes" para quem ainda se lembre já que não gostava nem dos "Provisórios" nem dos "Definitivos"!) Já lá vão mais de 50 anos que fumo e, não só nos cigarros como em tudo o resto na vida, continuo a não gostar nem de coisas provisórias nem de definitivas! Aliás, na vida, nada é definitivo e tudo não passa de provisório! Em 1973 fui operado (anestesia geral!) pelas 7 da manhã e, mesmo se já nem me lembre da hora em que me subiram, subiram-me ao quarto (que, por mero acaso, era no quarto andar do hospital!), e por volta das três da tarde e, apesar da sede que tinha, fumei o meu primeiro cigarro pós-operatório! Lembro-me que me soube mal! Nesse tempo não era proibido fumar nos quartos de hospital mesmo se desaconselhado! Sempre perguntei a quem estivesse comigo se podia fumar e não me lembro que alguém mo tivesse impedido! Quando passei uns 13 meses nos EUA (onde já havia a tendência a desaconselhar as pessoas de fumarem!) senti-me quase obrigado a deixar de fumar o que consegui durante 3 semanas! Engordei uns 8 Kilos nessas três semanas e para jogar o ténis tinha dificuldades em mover-me, eu que, quando jogava futebol, aproveitava o intervalo para nicotizar o sangue para a segunda-parte! Consequência disso (ou do enorme trabalho e stress!) em 2003 veio o enfarte e durante uma semana (nos Cuidados Intensivos!) não fumei um só cigarro! E, se é verdade que abandonei o hospital num Sábado, também é verdade que no Domingo seguinte voltei a fumar o meu primeiro cigarro pós-enfarte! Por outras palavras "não sou um tipo forte" mas tenho a impressão de que também o não quero ser! Permito-me no entanto aconselhar as pessoas a não me copiarem e (tal como na promesssa de último comentário no PQ!) conto deixar de fumar ainda em 2007 e aguentar a promessa que, tal como eu já disse, é mais fácil que deixar de fumar! Ao contário do que está escrito no artigo e que pode até ser verdade em muitos casos, no meu caso não era depois das refeições que a vontade de fumar era a maior! Mas, até para que este comentário possa passar, não vou descrever as circuntâncias dessa apetência! Para quem me esteja a ler os meus votos de Feliz Ano-Novo esperando que essas pessoas retransmitam esses votos a quem não me está a ler seja ele por não possuirem Internet ou por já estarem fartos de me ler!
  • Imprimir
  • Enviar a amigo
  • Ler coment౩os
  • Comentar
 
Ver artigos de:
 
    • Música no Coração

      Um grande musical agora no Teatro Rivoli! Clique aqui!
    • iPod

      Procure, compare e poupe com o comparador de preços nº1 em Portugal.
    • IOL Viagens

      Pesquise e reserve já a sua viagem online!
    • Estórias Aluadas

      A Quinta da Regaleira acolhe os mais pequenos para assistir a histórias inspiradas!
Meios Media Capital   |  Agência Financeira  |  PortugalDiário  |  Rádio Clube Português  |  TVI

Meios associados   |  Imprensa: AS  |  Cinco Días |  El País  |  Rádio: Cadena SER  |  Los 40  |  TV: Cuatro  |  Plus