Na maioria dos casos, cantar é actividade para quem pode ou sabe, mas para a Associação Portuguesa de Medicina e Artes do Espectáculo é também ideal para quem quer abandonar o vício do tabaco.
Segundo escreve a agência Lusa, através de um projecto inédito, a recentemente criada Associação Portuguesa de Medicina e Artes do Espectáculo pretende divulgar os benefícios das técnicas artísticas para a respiração junto de quem é obrigado a deixar de fumar ou de quem quer livrar-se do tabaco.
«Numa das nossas divulgações do projecto, e num registo especulativo, um médico referia que quem fuma está viciado manual e oralmente e se passar, por exemplo, a tocar trompete, pode ter uma ajuda psicológica extra e arranjar um vício de substituição», explicou Daniela Coimbra, uma das fundadoras da Associação.
O projecto destina-se a pessoas até cerca dos 40 anos com problemas respiratórios devido ao tabaco e que possam sentir-se «deprimidas» por serem obrigadas a frequentar aulas de ginástica respiratória, habitualmente destinadas a indivíduos com mais idade.
«Cantar ou tocar um instrumento de sopro pode ser mais gratificante que a ginástica e ser melhor aceite devido a esta componente adicional da música e que pode servir de realização pessoal», argumentou.
«E o controlo do diafragma até tira a barriga», referiu, bem-humorada, a investigadora.
«Também queremos comprovar que os músicos não fumam tanto como se acha e não
têm uma vida boémia. É que o fumo afecta a capacidade de oxigenação e a nossa
teoria pode ser ilustrada pela idade avançada a que os músicos chegam, como os
cantores com 70 anos que continuam a ter uma grande projecção vocal»,
argumentou.