S.J. Rio Preto, quarta, 29.8.2007
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GERAL 
Medo de morrer ajuda a deixar o vício de cigarro
Ações públicas e de conscientização ganham espaço no Dia de Combate ao Fumo

Por 30 anos o cigarro fez parte da vida da dona-de-casa Nair Felix Gadini, 53 anos. O companheiro de três décadas só foi abandonado depois que o médico apontou o risco iminente de ela desenvolver câncer.

Hoje, no Dia de Combate ao Fumo, Nair está livre da nicotina. O último cigarro ela fumou há três danos, depois de deixar o consultório do médico.

“Fumei aquele cigarro e disse ao meu marido que era o último. Foi”, diz Nair. “Há três anos não chego perto de um cigarro.”

A dona-de-casa procurou ajuda médica porque sentia a garganta grossa e sentia falta de ar.

“A decisão de parar de fumar foi forçada pelo medo de ficar doente e morrer”, afirma a dona-de-casa.

Para compensar a falta do cigarro, Nair comia para não fumar. “Engordei, mas é melhor que ficar doente”, diz.

Assim como a dona-de-casa, a assistente comercial Ana Cláudia Alves Real, 34, começou a fumar na adolescência, por influência de amigos.

“Só deixei o cigarro quando engravidei de meu primeiro filho. Não queria prejudicar o bebê”, diz Ana Cláudia.

Como o marido da assistente comercial não gosta de cigarro, ele a incentivou e a ajudou a evitar recaídas.

“Não foi fácil, mas consegui. Hoje sei que nem deveria ter começado a fumar”, diz Ana Cláudia.

De acordo com o cirurgião toráxico Aldemir Bilacchi não adianta o paciente tomar remédios se ele não estiver decidido a deixar o vício.

“O cigarro é uma muleta química. O fumante se apóia nela na alegria ou na tristeza”, diz o médico.

Bilacchi afirma que fumantes só devem recorrer a medicamentos ou tratamentos quando não conseguem deixar o vício sozinho.

No ano passado, o HB (Hospital de Base) de Rio Preto registrou 271 casos de câncer relacionado ao tabagismo. A maior parte, 66, de câncer de boca.


Como parar de fumar
• Radical ou gradual
Deixe o cigarro de maneira definitiva ou reduza gradualmente o número de cigarros consumidor por dia

• Para o lixo
Jogue fora tudo o que esteja relacionado ao hábito de fumar, como isqueiros, fósforos e cinzeiros

• Substitua
Troque momentos de fumar por atividades que lhe dêem prazer

• Pausa
A pausa no trabalho que seria para ir ao “fumódromo“ pode se tornar em um passeio pelo quarteirão

• Exercícios
Invista em exercícios físicos. Caminhadas em locais abertos e atividades aeróbicas são boas opções para recuperar o fôlego perdido por anos de vício

• Peso
Ganhar até dois quilos depois de deixar o cigarro é normal. De qualquer maneira, evite alimentos gordurosos e doces como forma de substituir o cigarro

Fonte: Inca (Instituto Nacional de Câncer)


Empresas receberão selo
Empresas que eliminarem o cigarro de seu ambiente vão receber o Selo Contra o Cigarro.

O selo faz parte do programa Promoção de Ambientes Livres do Tabaco, lançado anteontem pelo Governo do Estado de São Paulo. Não há isenção fiscal.

Para receber a certificação, o estabelecimento deverá proibir o fumo em todas suas dependências, fixar placas informando sobre a medida, retirar todos os cinzeiros do local e garantir o cumprimento da medida por funcionários e clientes.

Em Rio Preto, nenhum estabelecimento recebeu o Selo Contra o Cigarro. A primeira empresa a receber o selo no Estado é a Johnson & Johnson.

Os estabelecimento interessados em receber a certificação pode procurar a Secretaria de Estado de Saúde por meio do telefone (11) 3329-4467 ou pelo e-mail cratod@saude.sp.gov.br.



28/8/2007 Giseli Marchiote
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