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ENCONTRO reuniu 240
representantes de diversas regiões, que
analisaram alternativas para a soberania
alimentar |
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Francine
Schwengber francine@gazetadosul.com.br |
Com a
intenção de expor e compartilhar os benefícios trazidos
pela agroecologia, o 17º Seminário Estadual de
Alternativas à Cultura do Fumo reuniu 240 participantes
na Pastoral São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires,
nesta sexta-feira. Painéis, debates e relatos pessoais
abordados com base no tema Agricultura ecológica e
soberania alimentar e no lema Uma outra economia é
possível, buscaram conscientizar autoridades e
produtores rurais sobre os prejuízos do cultivo e
consumo do tabaco. E, em contrapartida, procuraram
apresentar alternativas de diversificação e reconversão
produtiva das lavouras de fumo.
Alguns produtos
cultivados com a agroecologia estiveram expostos no
pavilhão de eventos da pastoral para a apreciação do
público. Para a coordenadora Oldi Helena Jantsch, o
trabalho realizado ao longo dos seminários tem surtido
efeito nas comunidades agrícolas. “Os fumicultores
sentem na pele os danos causados pelo plantio do tabaco
e recorrem às culturas alternativas, que tanto
procuramos difundir. Nossa proposta não é terminar com
as plantações de fumo, mas mostrar que o cultivo de
outros produtos também dá certo, com a vantagem de não
trazer com eles as doenças tabaco-relacionadas.
Queremos, ao menos, um cultivo de fumo com
biofertilizantes e não agrotóxicos”, enfatiza Oldi.
A coordenadora e integrante da Pastoral da Terra
ainda colocou o desejo de debater a diversificação da
cultura do fumo com as empresas fumageiras, evitando que
as mesmas sintam-se prejudicadas. Para Oldi, o trabalho
de conscientização de um cultivo de fumo sem agrotóxicos
precisa ser feito também nas empresas que compram o
produto. Caso contrário, afirma que mudanças não
ocorrerão.
PROBLEMAS
Os dados
apurados pela comissão organizadora apontam o baixo
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios
fumicultores e o crescente número de suicídios
ocasionados pelo uso de venenos nas plantações de fumo.
Venâncio Aires, além de ser conhecido como o município
que mais produz tabaco no País, é lembrado por
apresentar alto índice de suicídios causados pela
intoxicação com agrotóxicos.
Participaram do
evento representantes das dioceses de Santa Cruz do Sul,
Santa Maria, Cachoeira do Sul, Santo Ângelo e Cruz Alta,
organizações governamentais e não-governamentais,
movimentos e pastorais sociais, universidades, igrejas
cristãs e agricultores de todo o Estado. A Diocese de
Santo Ângelo sediará a 18ª edição do seminário.
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