| Câncer de pulmão 
                        faz 220 vítimas por ano na cidade  |  
                    
                      | No Dia Nacional 
                        de Combate ao Fumo, especialista alerta para os riscos 
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                       Sorocaba 
                        registra 220 novos casos de câncer de pulmão por ano, 
                        com uma mortalidade de 160 pacientes. A avaliação é do 
                        diretor do Cepos (Centro de Estudos e Pesquisas em 
                        Oncologia de Sorocaba), Gilson Delgado. “Associado ao 
                        tabagismo, o câncer de pulmão é o tipo de câncer que 
                        mais mata nas regiões Sul e Sudeste do Brasil”, explica 
                        Delgado, que também é professor de Oncologia Clínica da 
                        PUC local e diretor do Instituto de Oncologia de 
                        Sorocaba.
  No Dia Nacional de Combate ao Fumo, 
                        comemorado hoje, o especialista alerta para os riscos 
                        causados pelo tabaco. “Teoricamente, o tabagismo é a 
                        causa mais evitável de câncer e outras doenças mas, 
                        infelizmente, o problema tornou-se questão de saúde 
                        pública”, avalia. 
  De acordo com pesquisa 
                        divulgada ontem pela Fundação Seade, o tabagismo está 
                        relacionado a 30% das mortes por câncer, 90% delas são 
                        de câncer do pulmão. Além do pulmão, o tabagismo está 
                        diretamente associado aos tumores de estômago, esôfago, 
                        laringe, cabeça e pescoço (boca) e bexiga. 
  Para 
                        o médico, as campanhas de orientação são importantes, 
                        mas seria necessário um movimento permanente de 
                        mobilização com relação ao tabaco. “Estamos diante de um 
                        grave problema que se deixou estabelecer no mundo e, 
                        assim como as drogas, de difícil solução pois envolve, 
                        além da saúde pública, questões políticas, trabalhistas 
                        devido à indústria do cigarro e humanas.”
  Gilson 
                        Delgado alerta ainda para a progressão dos casos de 
                        câncer de pulmão em mulheres. “Hoje, dos 160 pacientes 
                        que morrem na cidade, apenas 30 são mulheres, mas este 
                        número está crescendo.”
  Em dez anos, as taxas de 
                        mortalidade na populaçao feminina, associadas ao câncer 
                        de traquéia, brônquios e pulmões, subiram 41%. 
  A 
                        boa notícia é que o fumo, entre estudantes 
                        universitários, está diminuindo. Um estudo da USP, 
                        divulgado em julho, mostra que em 14 anos a prevalência 
                        do fumo passou de 34, 8% para 22,4%. “Na faculdade de 
                        medicina em Sorocaba, por exemplo, há dez anos os alunos 
                        fumantes eram 80% e hoje, os 10% que fumam ainda são 
                        segregados pelos colegas ao acender um cigarro”. Para 
                        Gilson Delgado, eles estão aprendendo que fumar não é 
                        legal. 
 
  Vício devastador  • 700 
                        milhões de crianças ou metade da população infantil 
                        mundial, respira fumaça de cigarro 
  • 200 mil 
                        morrem por ano no mundo devido ao fumo passivo no local 
                        de trabalho
  • O câncer de pulmão é a maior 
                        associação ao tabagismo 
  • Em Sorocaba o câncer 
                        de pulmão acomete 220 pessoas por ano; 160 morreram, 
                        sendo 130 homens e 30 mulheres
  • Na cidades da 
                        região são 925 casos e 220 mortes anuais
  • 30% 
                        das mortes por câncer está relacionada ao tabagismo; 90% 
                        delas são de câncer do pulmão; 25% das mortes por doença 
                        coronariana; 25% das mortes por derrames 
  • Em 
                        dez anos as taxas de mortalidade na populaçao feminina, 
                        associadas ao câncer de traquéia, brônquios e pulmões, 
                        subiram 41% 
  Fontes: OMS, Seade e 
                        Cepos
 
  Reagindo à 
                        passividade “Ambientes livres de tabaco” é o tema 
                        da campanha deste ano no Dia Nacional de Combate ao 
                        Fumo, encabeçada pelo Inca (Instituto Nacional do 
                        Câncer). 
  Em São Paulo, a Secretaria estadual de 
                        Saúde está distribuindo o selo antifumo para garantir 
                        que o tabaco não prejudique a saúde dos não-fumantes. 
                        
  O selo é entregue a estabelecimentos como lojas, 
                        indústrias, restaurantes, empresas e bares que 
                        eliminarem totalmente o cigarro de seus ambientes, 
                        dentro do programa do Cratod (Centro de referência em 
                        Álcool e Tabaco e Outras Drogas). 
  Para Gilson 
                        Delgado, os fumantes passivos devem fazer valer os seus 
                        direitos.
 
 
  
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