Pesquisa da Market Analysis aponta que fumar 
                        continua sendo sinônimo de conforto para parte da 
                        população
Apesar da maior divulgação das 
                        conseqüências adversas do tabaco, da regulamentação do 
                        governo, assim como a proibição de publicidade que 
                        tradicionalmente tende a associar o fumo com o prazer, 
                        um em cada sete brasileiros (14,7%) apela ao cigarro 
                        como gerador de bem-estar. Este foi o resultado de um 
                        estudo realizado pela Market Analysis em oito capitais 
                        brasileiras.
                        O consumo de cigarros ou tabaco como modo de melhorar 
                        a sensação de bem-estar é maior que o recurso da 
                        automedicar - via remédios sem receita -, ou de tomar 
                        suplementos vitamínicos e está empatado com o consumo de 
                        álcool. A pesquisa revelou ainda que essa percepção é 
                        mais forte entre os adultos em plena fase de 
                        desenvolvimento profissional, entre 35 e 44 anos. O 
                        segundo grupo que mais fortemente vincula o fumo ao 
                        prazer é entre 18 e 24 anos.
                        "Contrário ao estereotipo do executivo estressado, 
                        quem fuma pelo bem-estar é o indivíduo desempregado, o 
                        jovem que quer ingressar ao mercado e não consegue, e 
                        aquele que deveria estar no auge da sua carreira aos 
                        35/44 anos e não consegue se incluir profissionalmente", 
                        explica Fabián Echegaray, diretor da Market 
Analysis.
                        Ainda segundo o diretor, essa percepção convive com a 
                        culpa sobre o estilo de vida, já que as pessoas que 
                        associam o cigarro ao prazer, admitem que seu modo de 
                        vida é menos saudável, em comparação aos que os pais 
                        tiveram. "Pedimos aos entrevistados que pontuassem três 
                        opções utilizadas mais frequentemente como fórmulas 
                        pessoais para aumentar a sensação de conforto. O cigarro 
                        aparece em um grupo com incidência de 7%", comenta 
                        Echegaray.
                        Outro dado interessante apontado pelo estudo é como o 
                        hábito de fumar está associado a outras situações de 
                        contentamento, porém, que não trazem mal à saúde: o 
                        tabaco ocupa o mesmo lugar que fazer compras e viajar. 
                        "Comparado a outros costumes para relaxar, fumar recebe 
                        metade das menções que fazer sexo e duas vezes mais que 
                        passear ao ar livre, fazer algo criativo como pintar, 
                        desenhar, tocar música, escrever, ou ligar para amigos", 
                        finaliza o diretor.
                        Ficha técnica: 
Foram realizadas 
                        1006 entrevistas estruturadas pessoalmente e por 
                        telefone, com residentes em oito capitais do país, com 
                        idade igual ou superior a 15 anos, pertencentes a 
                        diferentes classes sociais. Pesquisa finalizada no 
                        primeiro semestre de 2006. Margem de erro de 
                        aproximadamente 3,09%.