No Dia Nacional de Combate ao Fumo, nesta 
                  quarta-feira (29), a Secretaria de Saúde incentiva todas as 
                  suas Regionais que façam um trabalho de orientação contra o 
                  tabagismo. Foram colocados à disposição para todos os 399 
                  municípios mais de 50 mil cartazes e 200 mil folders 
                  explicativos sobre os malefícios do consumo do tabaco. 
                  
Além disso, a Secretaria incentiva a criação de postos 
                  de atendimento ao fumante para tratamento de combate ao 
                  tabagismo. Atualmente no Estado são 60 implantados e 40 em 
                  fase de implantação e mais de mil profissionais de saúde 
                  capacitados no atendimento para quem deseja largar o vício do 
                  tabaco. 
Para este ano, o tema escolhido pelo 
                  Ministério da Saúde é “Ambientes livres do tabaco” e o foco é 
                  ressaltar o conhecimento dos malefícios do ato de fumar em 
                  ambientes fechados. No Paraná, as leis estaduais 14.743/05 e 
                  15.492/07 proíbem o consumo de cigarros, cigarrilhas, 
                  charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígero, 
                  derivado ou não do tabaco, em recintos coletivos, públicos ou 
                  privados. “O fumante passivo é o que mais sofre com a fumaça 
                  emitida pelo fumante. Essa é uma maneira de conscientizar as 
                  pessoas e incentivá-las a largar o tabagismo”, disse a técnica 
                  da Coordenação Estadual de Combate ao Fumo, Iludia Rosalinski. 
                  
De acordo com a coordenação estadual, em 1989 32% da 
                  população brasileira era consumidora de tabaco, já em 2002 o 
                  número caiu para 19%, o Paraná também segue essa tendência. “O 
                  número de fumantes tem diminuído devido às campanhas de 
                  conscientização e as estratégias desenvolvidas contra o 
                  tabaco”, explica Iludia. Para que a população possa ter acesso 
                  a ações de controle e tratamento do tabagismo, a Secretaria 
                  conta com os centros de atendimento ao fumante. Esses 
                  ambulatórios têm o objetivo de auxiliar os fumantes a se 
                  livrar da dependência e evitar o surgimento de novos fumantes. 
                  
O tratamento é feito de duas maneiras. Na primeira, a 
                  pessoa passa por quatro sessões em grupo de terapia cognitiva 
                  comportamental onde o fumante aprende a lidar com a 
                  dependência. “Nessas sessões as pessoas conhecem e aprendem a 
                  lidar com os sintomas da síndrome de abstinência do tabagismo. 
                  Cerca de 40% das pessoas que passam por essas sessões largam o 
                  vício”, disse Iludia. Na segunda parte do processo, aquelas 
                  pessoas que não conseguiram deixar o vício por meio do 
                  processo cognitivo comportamental poderão utilizar algum tipo 
                  de medicação, como goma de mascar, adesivo ou comprimidos. “Se 
                  o paciente optar por continuar o tratamento por meio de 
                  medicamentos, a recomendação deve ser feita por um médico”. 
                  
Os centros iniciaram as atividades em 2005 e até o 
                  final de 2006 cerca de quatro mil pessoas já passaram pelo 
                  tratamento. “Cerca de 60% dessas pessoas largaram o tabaco na 
                  última sessão da terapia”, conta a técnica. 
OMS – 
                  Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as pessoas que 
                  passam 80% de seu tempo em ambientes fechados com fumantes 
                  respirando ar poluído poderá, no final do dia, ter “fumado” 10 
                  cigarros. A OMS calcula também que cerca de 700 milhões de 
                  crianças, quase a metade das crianças do mundo, respiram ar 
                  contaminado pela fumaça do tabaco, principalmente em casa. Uma 
                  pesquisa realizada entre 1999 e 2005, com estudantes entre 13 
                  e 15 anos, mostra que 44% deles estão expostos à fumaça 
                  contaminada em casa e 56% em locais públicos. A pesquisa 
                  mostra também que 76% dos estudantes apoiavam a proibição em 
                  locais públicos. 
A Organização Internacional do 
                  Trabalho (OIT) aponta que pelo menos 200 mil trabalhadores 
                  morrem a cada ano devido à exposição à fumaça do tabaco. 
                  
Outra pesquisa da OMS mostra que o consumo de tabaco 
                  diminuiu entre 1995 e 2002. No primeiro ano, a média do 
                  consumo legal de tabagismo era de 1.300 cigarros por ano. A 
                  partir de 2002, o número passou para 800 cigarros anuais por 
                  fumante.